Douglas Diegues

Neva plástico nel futuro.
Quando la gente llega al futuro,
la gente ainda non ha llegado.
Neva plástico en los barrios ricos
Neva plástico en los bairros pobres.
Neva plástico la noche inteira.
Neva plástico enquanto amanece.
Neva plástico en los korazones.
Neva plástico en los bares.
Neva plástico en las plazas.
Neva plástico en las avenidas
Neva plástico para la alegria
de los espertos y de los otários.
Neva plástico para la alegria
de los androides y de las crianzas.
Personas continuam nascendo
y muriendo todos los dias
em meio a la neve de plástico.
Las noches longas son curtas demais.
El sol brilha sem parar.


Los aliens solo necessitam um pouco de amor
Los zombies solo necessitam um pouco de amor
Los hombres-crocodilos solo necessitam um pouco de amor
Los monstruos del Lago Ness solo necessitam um pouco de amor
Las tartarugas gigantes solo necessitam um pouco de amor
Las múmias del carnaval solo necessitam um pouco de amor
Los perdidos nel espaço solo necessitam um pouco de amor
Los big búfalos brancos solo necessitam um pouco de amor
Los últimos fuera da ley solo necessitam um pouco de amor
Las forzas sinistras solo necessitam um pouco de amor
Las mortes que vienen del kilimanjaro solo necessitam um pouco de amor


Los robots seguem funcionando
em meio a la nieve de plástico

Los androides non perdem la elegancia
em meio a la neve de plástico

La nieve de plástico inunda lentamente
las calles, los pátios, las plazas, los estacionamentos

La revolución es continuar vivo
em meio a la neve de plástico


Non creio en los grandes investimentos em Marte
Non creio en las buenas intenciones del Gobierno
Non creio en los prêmios literários de las grandes empresas
Non creio nel tsunami de notícias verdadeiras
Non creio en los jacarés de orelha pequena
Non creio nel aburrido show de vanidades
Non creio nel Superman yankee
Non creio en los Caballeros del Zodiaco
Non creio en los Mágicos de Oz
Solo creio en la Gallina de los Huevos de Oro


yiyis & abduciones

Las yiyis te abduzem con sus 20 millones de lábios psicodélicos que viciam.
Las yiyis te abduzem con tuttis los tentáculos.
Las yiyis te abduzem con decotes cada vez mais exagerados.
Las yiyis te abduzem con leveza & maciez de gueishas pantanêras.
Las yiyis te abduzem con la rebeldia de las tetas bajo la luna cor de sangre.
Las yiyis te abduzem con boquitas y korazonzitos infantiles.
Las yiyis te abduzem con fotos sensuales en la TV de catchorros del Facebook.
Las yiyis te abduzem con sus vinte millones de ombligos por Instagram.
Las yiyis te abduzem con piécitos de atriz besados por Xico Sá num mágico videoclip de Sidney Magal.
Las yiyis te abduzem con polleritas mbykymis de bacantes guarangas.
Las yiyis te abduzem com sus ferozes traseros de avispas lechiguanas.
Las yiyis te abduzem com elogios fakes y elogios verdaderos.
Las yiyis te abduzem com besitos calientitos en la noches frías de ninguma parte.
Las yiyis te abduzem com sus cafunés que você nunca mais esquece.
Las yiyis te abduzem com palabras de miel negra y sonrisas encantatórias.
Las yiyis te abduzem com movimentos de caderas enquanto batem la massa del acarajé.
Las yiyis te abduzem com sus 20 millones de bikinis salvajes.
Você fica ligadón.
Você sai dirigindo el automóvel como se estivesse en las curvas de la estrada de Santos.
Você fica se achando un Roberto Carlos, um Julio Iglesias del Mercado 4, um Billy Idol de la frontera selbagem.

Glossarioncito selvátiko

Polleritas mbykymis: Micro-saias.
Yiyis: Meninas, garotinhas, namoradas, musas, cheia de gracias y otros efectos encantatórios salvajes.


El portunhol selvagem non es uma nova lengua. El portunhol selvagem es uma nueba linguagem, que tem como base la vitalidade de la divina abundancia, el gran basural barroco de la vida, la cornucópia de lenguas y de ritmos selvagens, del español de Cervantes mezclado al português de las playas cariocas. Es uma coisa atemporal, sem nacionalidade fixa, ou definida, um espírito barroco que ressurge non importa como nem donde, que, de certo modo, nega lo clássico, y nega também la lengua oficial única como Império Estatal. Dentro de cada texto escrito em portunhol selvagem por mim hay um menino que consegue fazer poesia a partir del grande lixão de la triple frontera. Algumas palavras utilizadas por mim em poemas ou relatos, como yiyi, nacieron en Cateura, el maior depósito de lixo a cielo abierto de la capital paraguaya. Cateura se asemelha a um pequeño bairro-lixão, onde vivem pessoas que se dedicam a trabalhar com a coleta de lixo reciclável. Minha experiencia com el portunhol selvagem tem a ver com essas crianças citadas por Walter Benjamin, que conseguem fazer poesia a partir de la divina abundancia de los basurales.

DOUGLAS DIEGUES (Rio de Janeiro, Brasil, 1965) nasceu del amor de seu pai brasilero e sua mãe paraguaya. É poeta, traductor, editor. Publicou, em 2002, Dá gusto andar desnudo por estas selvas, considerado o primeiro livro de poesia em portunhol no âmbito das literaturas hispano-americanas.

© 2020 RevistaRia. A revista virtual da Ria Livraria - Rua Marinho Falcão, 58 - Sumarezinho - São Paulo/SP. 
Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora