Vê Só
Quem você indicaRia?
O Vê Só desta edição convida nossos leitores e conhecerem duas estreias, uma no cinema e outra nos quadrinhos nacionais, e duas iniciativas artísticas, uma física e outra virtual, para seguir e acompanhar.
Linguagens e artistas diversos que, ao invés de confundir, nos fazem compreender melhor o outro e a si mesmo, numa saudável e tão necessária convivência cultural.
Morgana Kretzmann / 78 Cartas
Meu VêSó dessa edição é o filme de uma jovem cineasta que admiro demais. Ainda ouviremos falar muito de Laís Werneck. Ela é atriz, assistente de direção, preparadora de elenco e produtora. Natural de Volta Redonda/RJ e residente de Porto Alegre/RS, estreia como diretora no curta-metragem 78 Cartas.
O filme conta a
história de Lúcia, que retorna à sua cidade natal para reencontrar a filha que
teve quando era adolescente, e será lançado na 8ª edição do CineSerra -
Festival do Audiovisual da Serra Gaúcha, que acontecerá de 12 a 27 de junho de
2021, em formato online.
Marcos Benuthe / meu mundo versus marta
Os entendidos dizem que a graphic novel moderna tem até data de nascimento, 1977, com a publicação de Contrato com Deus, do genial Will Eisner.
O especialista Andreas Platthous afirma que o antepassado das graphics data do final do séc. XIX, nos Estados Unidos. As décadas finais do séc. XX consagraram grandes artistas, especialmente franceses, belgas e norte-americanos. O Brasil não fica atrás: Fábio Moon & Gabriel Bá, Rafael Coutinho, Rafael Grampá, Quintanilha, Guazzelli, entre muitos outros.
Este ano a linguagem ganhou um reforço de peso, com a publicação de Meu Mundo Versus Marta, marcando a estreia do premiado escritor Paulo Scott em parceria com o craque Rafael Sica. Trata-se de uma distopia em 160 páginas, completamente sem diálogos, um desafio para os leitores, que já causa surpresa e polêmica.
Graphic novels, um rico mundo na história da arte.
Ian Uviedo / a capivara cultural
Nesta edição, quero indicar A Capivara Cultural, a um só tempo um espaço e uma ação de divulgação e reflexão não só de poesia e literatura, como de música, fotografia e questões sociais mais amplas. Os cursos promovidos buscam traçar linhas inesperadas entre o trabalho de diversos artistas e estimular a produção e a discussão poética. Além disso, nas redes d'A Capivara há sempre poemas de artistas novos, o que é sempre bem-vindo, e indicações de poetas de todos os tempos. É uma iniciativa corajosa, estimulante e bem-cuidada que resiste aos tempos sombrios que chamamos de hoje.
Jarbas Galhardo indica:
O ferro, em estado de sucata, sujeito à ferrugem e ao abandono, são uma metáfora de nossa atual condição humana e a matéria-prima do escultor Leandro Gabriel, que transmuta a dureza do metal em estruturas orgânicas, harmônicas e, na maioria das vezes, surpreendentes pelas imensas dimensões de suas peças e suavidade de suas formas. Parece-nos querer dizer que até a mais rígida e ríspida circunstância pode ser moldada para servir ao equilíbrio e à beleza que nos acolhe e conforta. Reflete também a atuação social desse artista que, em equipe, é gestor do Viaduto das Artes (@viadutodasartes), um centro cultural improvável, instalado embaixo dos viadutos do bairro do Barreiro, em Belo Horizonte, local de resistência artística e comunitária. Assista aqui um pequeno exemplo de um dos seus mais recentes e impressionantes trabalhos e acompanhe seu perfil nas redes sociais (@leando_gabriel_escultor).
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HQ Ria - edição #13