O Grito
Marcos Benuthe
A expectativa de vida das pessoas no Brasil já está em queda acentuada e vai continuar em queda por anos e anos.
As pessoas trans (e todos LGBTQIA + ) vivem, em média, metade do tempo que os outros brasileiros.
O assassinato à bala é disparado, a principal causa de morte entre jovens negros, pobres; eles estão sendo dizimados, e os que não morrem vão fazer curso nas penitenciarias. A falta de perspectiva nas favelas os empurra para o tráfico, onde as vidas são abreviadas.
O Brasil tem mais mortes violentas do que a Síria, que está em guerra civil há dez anos, e do que qualquer outro país no mundo.
A crise pandêmica mundial é potencializada no Brasil pelo caos e pelo governo da morte.
O vírus é democratico, mas a exposição a ele é diretamente proporcional à pobreza, por isso morrem e morrerão muito mais pobres.
Todos os índices sociais, econômicos, educacionais, distribuição de renda, evasão de cérebros, etc, etc, são vergonhosos e vão de maior, com o desgoverno genocida.
30% de imbecis e rancorosos que elegeram o genocida estão fazendo com que nós sejamos considerados como um todo - o país dos párias do mundo.
Estamos todos enterrando os nossos mortos, até que chegue a nossa vez.
Como não há polarização? Até quando são vergonhosos, vão de mal a pior.
Todos nós pertencemos ao mesmo país, o país epicentro da pandemia, o país que nega a ciência, que vai contra a normas de isolamento.
Se não derrubarmos esse governo urgentemente, todos seremos culpados.
Marcos Benuthe, o Marquinhos: cinéfilo, leitor
inveterado, amante da boa música, grande amigo e inspiração para todas as
horas. Já não bastasse, é formado em economia e foi responsável da Mercearia
São Pedro enquanto polo de criação e encontros - reconhecida pela prefeitura de
São Paulo como Patrimônio Cultural -, sempre agregando escritores, poetas,
músicos, jornalistas e artistas num dos recantos mais boêmios da Vila Madalena.
Em 2020, concebeu e fundou a RIA, a livraria que reúne os livros, muitas vezes
raros, que sempre foram vendidos na Mercearia, mas agora de forma autônoma,
organizada e a fim de selar novas parcerias.
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- Luto, Adrienne Myrtes
- LUTO, Paulo Scott
- Labirinto, Marcela Lordy
- Três Poemas de Luto & Levitação, Ronaldo Bressane
- Poesia para matar o corona, Lucas Lins
- Um Sol, Mariana Paiva
- Carta ao meu Vô Armin, Morgana Kretzmann
- Questionário, Ian Uviedo
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